Série: Tesouros Numismáticos Portugueses
Data de lançamento: Setembro 2009
Tiragem: 150.000
Metal: Cuproníquel 75/25
Acabamento: Normal
Diâmetro: 26,5 mm
Peso: 8 g
Escultor: Rui Vasquez
História: D. Sancho II foi o 4º Rei de Portugal, com o cognome de “O Capelo”.
Nascido em Coimbra, em data incerta, era filho de D. Urraca de Castela e D.
Afonso II de Portugal, a quem sucedeu ao trono, em 1223, com cerca de 13-14
anos. Apesar de serem do seu reinado algumas conquistas de territórios,
pensa-se que não foram da sua autoria, pois crê-se que não era um chefe militar
capaz. Em 1245, é afastado da governação por uma Bula, sucedendo-lhe o seu
irmão, o Infante D. Afonso.
« […] Ao longo de toda a primeira
metade do século XIII e talvez mesmo depois, os reis de Portugal fizeram cunhar
peças de ouro, ditas morabitinos, cujo peso variou entre 3,82 gr e 3,6 gr […].
Os morabitinos alfonsis castelhanos das primeiras emissões pesavam 3,86 gr (o
dinar almorávida estava então em 3,87 gr) e a sua lei era de 917‰. Quanto às
peças portuguesas que até nós chegaram, em pequeno número, não tem havido
acordo sobre a sua cronologia e a maneira como distribui-las entre os vários
reis - os três Afonsos e os dois Sanchos […].Em suma: o período que vai do
último terço do século XI a meados do século XIII caracteriza-se pela hegemonia
esmagadora do ouro muçulmano – morabitino almorávida, primeiro, dobra e masmudi
almóhadas, seguidamente; os cristãos copiam por vezes essas espécies, procuram
outras vezes fazer lhes concorrência, mas não conseguem substitui-las […].Não é
isso de admirar. O ouro foi, nestes séculos, e, no mundo muçulmano e sua
periferia, nos séculos que os procederam, permanentemente barato, e a prata,
cara. […] Uma longa tradição de cunhagem do ouro estava enraizada na Península
[Ibérica]. […] Dos confins desérticos um movimento religioso de tendência
ascética jorra e rola, a meio do século XI, sobre Marrocos e sobre a Hispânia,
travando a reconquista cristã e desferindo-lhe alguns golpes bem rudes. Estes
marabutes vão tornar a lançar a boa moeda de ouro, que do seu nome se chamará
em Portugal «morabitino» e em Castela «maravedi» […]. É que os Almorávidas
dominam, então, do Senegal ao Tejo, e nas suas mãos estão o Estreito de
Gibraltar e as ligações trans-saarianas, as ricas cidades comerciais e
industriais do Maghrebe-el-Aksa bem como as de al-Andaluz. O império almorávida
é um império do ouro, cujo berço foi uma feira do ouro: Sidjilmessa. As suas
moedas inundam a Cristandade, para pagar escravos e matérias-primas, chegando
mesmo á Escandinávia e á longínqua Rússia. Dir-se-ia que se propagam
electricamente: não vemos, na verdade, um documento do Norte de Portugal, de
1064, citar já o morabitino? Havia menos de dez anos que o movimento almorávida
principiara em Marrocos […].O ouro muçulmano vai comandar a evolução monetária
portuguesa. Precisemos: o ouro do Sudão. Este será o alvo das viagens
[portuguesas] de descobrimentos quatrocentistas. A luta das caravelas contra as
cáfilas de camelos é que constituirá um dos fios condutores desta história.
Sobre essas caravanas cameleiras que trazem ao maghrebe o precioso metal vindo
do misterioso sertão negro, os Portugueses esforçar-se-ão por colher
informações precisas e minuciosas […].Por isso a história monetária de Portugal
e do seu império permaneceria incompreensível se previamente não trouxéssemos à
luz dos projectores estas cáfilas de camelos que atravessam o Sáara ajoujados
de ouro». (Vitorino Magalhães Godinho)
Descrição: No
anverso da moeda surge a legenda “REPÚBLICA PORTUGUESA”, junto ao bordo, à
volta de toda a moeda. No centro, de cima para baixo, surgem as inscrições
“1,50€”, o Escudo Nacional e o ano de emissão da moeda. O reverso exibe uma
recriação da imagem da face do Morabitino, um conjunto com a mesma composição
do anverso. A legenda “REGIS PORTVGALENSVM” circunda a imagem do Rei a cavalo.
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