sábado, 1 de maio de 2010

1,5€ Portugal 2009 - "O Morabitino de D. Sancho II"



Série: Tesouros Numismáticos Portugueses
Data de lançamento: Setembro 2009
Tiragem: 150.000
Metal: Cuproníquel 75/25
Acabamento: Normal
Diâmetro: 26,5 mm
Peso: 8 g
Escultor: Rui Vasquez
História: D. Sancho II foi o 4º Rei de Portugal, com o cognome de “O Capelo”. Nascido em Coimbra, em data incerta, era filho de D. Urraca de Castela e D. Afonso II de Portugal, a quem sucedeu ao trono, em 1223, com cerca de 13-14 anos. Apesar de serem do seu reinado algumas conquistas de territórios, pensa-se que não foram da sua autoria, pois crê-se que não era um chefe militar capaz. Em 1245, é afastado da governação por uma Bula, sucedendo-lhe o seu irmão, o Infante D. Afonso.

« […] Ao longo de toda a primeira metade do século XIII e talvez mesmo depois, os reis de Portugal fizeram cunhar peças de ouro, ditas morabitinos, cujo peso variou entre 3,82 gr e 3,6 gr […]. Os morabitinos alfonsis castelhanos das primeiras emissões pesavam 3,86 gr (o dinar almorávida estava então em 3,87 gr) e a sua lei era de 917‰. Quanto às peças portuguesas que até nós chegaram, em pequeno número, não tem havido acordo sobre a sua cronologia e a maneira como distribui-las entre os vários reis - os três Afonsos e os dois Sanchos […].Em suma: o período que vai do último terço do século XI a meados do século XIII caracteriza-se pela hegemonia esmagadora do ouro muçulmano – morabitino almorávida, primeiro, dobra e masmudi almóhadas, seguidamente; os cristãos copiam por vezes essas espécies, procuram outras vezes fazer lhes concorrência, mas não conseguem substitui-las […].Não é isso de admirar. O ouro foi, nestes séculos, e, no mundo muçulmano e sua periferia, nos séculos que os procederam, permanentemente barato, e a prata, cara. […] Uma longa tradição de cunhagem do ouro estava enraizada na Península [Ibérica]. […] Dos confins desérticos um movimento religioso de tendência ascética jorra e rola, a meio do século XI, sobre Marrocos e sobre a Hispânia, travando a reconquista cristã e desferindo-lhe alguns golpes bem rudes. Estes marabutes vão tornar a lançar a boa moeda de ouro, que do seu nome se chamará em Portugal «morabitino» e em Castela «maravedi» […]. É que os Almorávidas dominam, então, do Senegal ao Tejo, e nas suas mãos estão o Estreito de Gibraltar e as ligações trans-saarianas, as ricas cidades comerciais e industriais do Maghrebe-el-Aksa bem como as de al-Andaluz. O império almorávida é um império do ouro, cujo berço foi uma feira do ouro: Sidjilmessa. As suas moedas inundam a Cristandade, para pagar escravos e matérias-primas, chegando mesmo á Escandinávia e á longínqua Rússia. Dir-se-ia que se propagam electricamente: não vemos, na verdade, um documento do Norte de Portugal, de 1064, citar já o morabitino? Havia menos de dez anos que o movimento almorávida principiara em Marrocos […].O ouro muçulmano vai comandar a evolução monetária portuguesa. Precisemos: o ouro do Sudão. Este será o alvo das viagens [portuguesas] de descobrimentos quatrocentistas. A luta das caravelas contra as cáfilas de camelos é que constituirá um dos fios condutores desta história. Sobre essas caravanas cameleiras que trazem ao maghrebe o precioso metal vindo do misterioso sertão negro, os Portugueses esforçar-se-ão por colher informações precisas e minuciosas […].Por isso a história monetária de Portugal e do seu império permaneceria incompreensível se previamente não trouxéssemos à luz dos projectores estas cáfilas de camelos que atravessam o Sáara ajoujados de ouro». (Vitorino Magalhães Godinho)

Descrição: No anverso da moeda surge a legenda “REPÚBLICA PORTUGUESA”, junto ao bordo, à volta de toda a moeda. No centro, de cima para baixo, surgem as inscrições “1,50€”, o Escudo Nacional e o ano de emissão da moeda. O reverso exibe uma recriação da imagem da face do Morabitino, um conjunto com a mesma composição do anverso. A legenda “REGIS PORTVGALENSVM” circunda a imagem do Rei a cavalo.

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